segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pedagogia e-Learning


A revolução tecnológica ocorrida nas últimas décadas e o advento da Internet nos 90 do Século XX, mudaram exponencialmente os meios, os métodos e ferramentas para construção do saber. Um determinado conhecimento que antes demorava em torno de trinta a quarenta anos sem muita alteração, agora é medido em meses e anos, conforme afirma (Gonzalez, 2004).

E nesse contexto surgem novas maneiras de ensinar e aprender, que corroboram a necessidade de repensar as teorias de aprendizagem e novos modos de organizar os conteúdos, bem como os ambientes de aprendizagem apropriados ao cenário virtual.


As teorias como Behaviorismo, Cognitivismo e Construtivismo são as que mais contribuem para a organização de ambientes instrucionais, SIEMENS (2004), muito embora, foram desenvolvidas numa época em que a aprendizagem não sofria a interferência acentuada da tecnologia.

Para esse novo cenário, SIEMENS, 2005 cita em seu artigo A Teoria de Aprendizagem para Idade Digital, o Conectivismo,“como possibilidade de uma nova teoria que incorpora a integração de princípios explorados pelo caos, a complexidade da rede, e auto organização e teorias”. Surge então, a contribuição de um novo olhar para o modelo educacional capaz de cumprir o papel da educação no mundo virtual.

Nesse meandro surge a expressão learning organization que significa “organizações que têm capacidade de aprender, renovar e inovar continuamente, conforme contribuição de Peter Senge (Wikipédia, 2006), cujo conceito reforça a importância de repensar a maneira e os modos de organizar a aprendizagem.


Na sequência, Anderson (2005) descreve em seu artigo “ ensino no contexto online” um um estudo feito pelo Garrison, Anderson e Archer, (2000) em que vê a possibilidade de organizar uma comunidade educativa envolvendo três eixos fundamentais contendo as presenças: cognitiva, social e do ensino. A presença cognitiva no ambiente de aprendizagem propicia o desenvolvimento das habilidades de pensamento crítico e a pretensão epistemológica do saber (MacPeck, 1990).


A construção do saber, nos novos tempos, requer uma boa organização do ensino num ambiente de aprendizagem estimulador com arranjo arrojado e recheado de ferramentas virtuais que possibiltem o contato com texto, som, imagem e o acesso ao inúmeros repositórios de conteúdos das melhores bibliotecas do mundo de modo a confrontar a opinião de diversos autores acerca de um determinado assunto. A outra preocupação constante é com desenvolvimento da autonomia do estudante para que o mesmo gerencie sua própria aprendizagem. Nessa modalidade de ensino o aluno é o centro das atenções e tudo é pensado visando ao sucesso de sua aprendizagem.

O contexto online permite a organização do estudo do ponto de vista da flexibilidade do horário e local, pois pessoas de diferentes lugares e nacionalidades poderão se encontrar para trocarem e construirem novos saberes, promovendo assim, a interação educacional, num ambiente organizado pelo aparato digital que possibilita a interatividade e produção dos saberes.


O ambiente online é desafiador no que tange as inúmeras ferramentas da Web 2.0, criada por Tim O’Reilly em 2004, permitindo a atuação do aluno de modo síncrono e assíncrono de interação no processo ensino aprendizagem. Nesse novo ambiente educacional o aluno tem à disposição uma infinidade de aplicativos e softwares que lhe possibilita fazer perquisa e construir seus conhecimentos.


Tendo em vista, a pedagogia e-learning faz-se necessário citar Wenger, (1990), em que afirma que e-learning 2.0 é uma comunidade prática caracterizada por um domínio compartilhado de interesses em que os membros interagem e aprendem juntos. Assim sendo, conta com a tecnologia dominante, o sistema de gestão da aprendizagem (LMS), para gerenciar a aprendizagem (Stephen Downes, 2005).


Nesse sentido, a criação da Internet vem coroar a inventividade de um novo modelo educacional capaz de extrapolar fronteiras e derrubar as inúmeras barreiras que existiam há bem pouco tempo, pois permite que o aluno trabalhe por conta própria e ao seu ritmo de percepção, entretanto consegue vencer e manter-se atualizado ao longo da vida.

Sabe-se que o mundo e-learning encontra-se em contrução mas muito já se avançou no intuito de possibilitar a aprendizagem autônoma compatível com a evolução da sociedade.


Referências:


Anderson, T (2004). Teaching In An Online Learning Context. Keywords: teaching online learning. Issue. Publisher: Athabasca University.

Anderson, T. (2008). Rumo a uma teoria de aprendizagem online. Em T. Anderson(Ed.), Teoria e Prática da Aprendizagem On-line, 2 ª ed. (Pp. 45-74).Edmonton, AB: AU Press.

Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL. http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890

SEIXAS, Carlos Alberto, MENDES Isabel Amélia Costa. e- Learning e educação a distância: guia prático para implantação e uso de sistemas abertos. Editora Atlas. São Paulo. 2006.
DEMO, Pedro. Educação de hoje. Novas tecnologias, pressões e oportunidades. Editora Atlas. São Paulo. 2009.

SIEMENS, George (2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace. http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm

DOWNES, Stephen (2007). Web 2.0 and Your Own Learning and Development. Stephen's Web. Comunicação online para o British Council, Londres, UK.




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